segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Capítulo 4

Chegando ao quarto, sentamos nós dois na minha cama e Luan já foi me beijando. Fiquei assustada, mas cedi. Quando percebi que ele já iria exceder alguns limites, tomei uma atitude.
            - Lu-luan, peraí, para. Ta tudo errado, eu não to me sentindo bem, preciso te falar algumas coisas. – Desconfiado, ele não disse nada, apenas assentiu com a cabeça e me deu permissão para falar. – Então, cara, eu não sei se eu sou a mulher certa pra estar aqui. Desculpa se eu to te atrapalhando, se você queria... sexo, é, eu não sei se eu sou a pessoa certa pra te dar isso. Queria que você soubesse que eu sou sua fã, e eu não te vejo como um homem. Eu te amo demais e só queria que você soubesse disso. Um amor de querer cuidar, de querer saber como você ta. Muito mais do que uma simples paixão, um desejo carnal. É amor, da mais pura forma. Se quiser pode me mandar sair daqui, eu saio sem problemas.
            Ele me olhava, sem esboçar reação. Um clima tenso pairava no ar, e de repente ele começou a rir descontroladamente. Sem saber o porquê, contagiei-me e comecei a rir junto com ele.
            - Minha linda, eu sei o que você ta sentindo. E juro, senti algo diferente em você, por isso te chamei. Já tenho a prova de que a minha intuição não falhou e olha, obrigada por ser sincera comigo. Muitas mulheres vêm aqui e só estão interessadas na minha fama e no dinheiro, já com você percebi que é diferente. E não, eu não vou te mandar embora, quero que você fique aqui bem juntinho de mim. Não faço nada que você não permita. Fica aqui, vamos conversar.

            Não disse nada, só o abracei. Começamos a conversar sobre nossas vidas, sobre nossos problemas. Pedi a ele que falasse sobre tudo o que o afligia, sobre suas frustrações, seus desejos e aspirações para o futuro. Ele falava com um brilho no olhar, um brilho que me lembrou os cristais mais caros de uma joalheria, ou ate mesmo o brilho do luar em noite de lua cheia. Mesmo que faça muitas outras comparações jamais conseguirei representar o momento em que olhei naqueles olhos.
            Quando já estava quase amanhecendo tivemos a idéia de ir para a parte externa da suíte, havia uma varanda bem grande com um tapete muito confortável. Deitamos ali e ficamos apenas olhando o céu, sem falar nada. Foi quando ele virou para o lado e foi se aproximando. Sentei e falei para que deitasse em meu colo, fui fazendo cafuné e começamos a falar novamente sobre coisas da vida.
            Pouco tempo depois, não obtive mais resposta dele e logo deduzi que estaria dormindo. E sim, estava certa. Parecia um anjo, aliás, acho que não era só aparência. Cada dia tenho mais certeza de que ele é um anjo iluminado. Ao me dar conta do que estava acontecendo, uma lagrima escapou do meu olho, e ainda sem acreditar no que estava acontecendo, beijei a testa de Luan e ele acordou, como num conto de fadas.

            - Êeee, que soninho bom hein? Bom dia, amor!
            - Bom dia Lu, que horas são mesmo hein? Daqui a pouco a Dada vem aqui me encher o saco!
            - Hahahah calma Luan, ainda tem um tempinho até a hora de vocês irem.

            Ele se levantou e foi lavar o rosto. Percebi que estava um pouco sem graça, então espontaneamente o abracei. Ficamos nos olhando por um tempo e nos beijamos. Um beijo inesquecível, surpreendente. O que senti naquele momento é algo impossível de ser descrito em palavras. De certa forma sentia nascer em mim algo diferente do amor de fã, mas não sabia se estava preparada para isso.

            Luan se encheu de esperanças, mas não disse nada a Luiza. É claro que ele queria ter tido uma noite de prazer sexual como tinha quase sempre, mas avaliando os acontecimentos da madrugada percebeu que tinha sido muito feliz na escolha de leva-la ao hotel, pois ali sentiu como se estivesse em casa. Queria não criar expectativas de um romance futuro, mas depois daquele beijo aquilo foi quase impossível. 

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